quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Desejado das Virgens


Latibó e/ou Gambuzino. Pelas suas semelhanças físicas, nunca foi possível distinguir um do outro, o que torna a sua caça ainda mais dificil

Um dos reis de Portugal que mais cedo foi coroado foi D. Sebastião, que em 1557, com apenas 3 anos já mandava nesta merda toda. Claro está que com esta idade não tinha capacidades para governar o país, deixando essa dura tarefa para a sua avó, D. Catarina de Áustria.
Enquanto criança, Sebastião era muito brincalhão, mas ingénuo, muito corajoso, mas imprudente. Prova disso é que o seu primo, Infante D. Carlos de Espanha, filho de sua tia D. Maria Manuela e Filipe II de Espanha, o levava a participar nas mais obscuras, maquiavélicas e improváveis actividades. O seu primo Carlos era o que na altura se chamava de maluquinho, devido à sua instabilidade mental.



O Infante de Espanha foi o resultado de uma união com um elevado grau de consanguinidade, fruto de um casamento entre familiares, coisa que era comum daquele lado da família, para unificar a Península Ibérica.
De facto, este pirralho lunático arrastou o nosso Sebastião para certas actividades lúdicas como: assar lebres vivas, chicotear e torturar vacas, cegar cavalos e caçar gambuzinos.
E foi a caça ao gambuzino que levou Portugal para a desgraça que se seguiria.
Desde gaiato, aquando da sua primeira caça ao gambuzino com o seu primo, que Sebastião nunca esqueceu aquele mítico animal, que se dizia rasteirinho, peludinho, queridinho…
Até à idade adulta, El-Rei D. Sebastião nunca conseguiu apanhar nenhum gambuzino, embora se saiba que esteve bastante perto de caçar um, na noite de 12 de Novembro de 1567 quando, acompanhado mais uma vez de seu primo, se aventurou pela serra de Sintra com um pau e uma saca de serrapilheira à procura do tão cobiçado bicharoco.
Em 1578, com apenas 24 anos, desembarcou em Marrocos, em busca do seu Santo Graal, o gambuzino, e dirigiu-se imediatamente para o interior, para a mata. O seu último paradeiro conhecido foi Alcácer-Quibir, e contam os seus companheiros de caça forçados, que a última vez que lhe puseram a vista em cima, foi quando ele desapareceu pela selva adentro a vocalizar o grito do gambuzino.
Importante referir que D. Sebastião desde então nunca mais foi visto, e reza a lenda popular que ele ainda vive, e que se ouve a sua rouca voz em dias de nevoeiro intenso a chamar pelo seu peludo animal: “Ahhh gambuzino, gambuzino, gambuzino!!…

1 comentário:

  1. eheheh :) desde "...se chamava de maluquinho, devido à sua instabilidade mental." à "selva" em Alcacer Quibir... AHAHAHAH ;) adorote :) Quem sou??? Não preciso assinar ;)

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