quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

"O Piedoso" conquista o Algarve! ... quase.

Depois de um século a arrear no lombo dos muçulmanos, eis que nasce o herói do Reino dos Algarves, D. Sancho II. Este pequeno grande homem, bisneto de outro pequeno grande homem, neto de um outro pequeno grande homem, filho de um pequeno grande homem, e pai de mais um pequeno grande homem, ganha um voucher de duas noites para uma estância de férias em Tavira, no Algarve, prémio esse recebido por intermédio de um seu pequeno grande amigo de infância, Vasco Mendes, que fazia biscates de construção, na altura para uma empresa de gelados.
O quarto rei de Portugal não precisou de duas noites para mostrar do que era feito! Apenas uma foi suficiente para arrear no lombo de uns quantos mouros e tomar de posse a estância de luxo. Aliás, não terá sido o próprio descendente de D. Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal, a arrear directamente nos árabes. Mas... Não obstante este facto, D. Sancho II era um verdadeiro homem de barba rija, macho!
Assim sendo, corria o ano de 1233, mais precisamente no dia 21 de Setembro, quando Sancho deu entrada no quarto 253 da vila geminada, para dois dias de merecido descanso longe da sua agitada vida de padeiro, em Coimbra. Desfez a sua mala, arrumou a sua trouxa, saiu. Fez um passeio de barco pelo Rio Gilão, visitou o famoso castelo, a Base Militar e bebeu o seu café na lindíssima Ilha de Tavira. Tudo corria bem.

Pouco passava das 19 horas quando foi servido o jantar. Sancho olhou para o prato e colocou uma expressão de estranheza na face. Chamou o empregado, a quem disse: "Oh garçon vestido de um modo estranho, que mixórdia é esta? Hã?", "É «Kafta 'Qrass bi Saalsit el Banadoura», pá", replicou o mouro. "Então onde está a tradicional Feijoada de Buzinas, ou a Sardinha Assada, ou mesmo a Cataplana de Marisco?, continuou o portuga. De repente, sem que nada o fizesse esperar: "Isso é comida de panisga!" -responde o mouro. E esta resposta foi a gota de água, e então o nosso quarto rei não foi de modas! Levantou-se exaltado, e foi aos cornos do árabe, aproveitou e malhou nos outros 5 empregados do restaurante, arreou no barman, foi às trombas do cozinheiro, ajudante de cozinha, copeira e mulher das limpezas. Dirigiu-se à recepção e foi à boca do recepcionista, mas não sem antes chamar o gerente, que também levou no focinho.
A seguir a deixar toda esta gente inconsciente, autoproclamou-se dono da estância, dirigiu-se à cozinha e fez uma deliciosa açorda para todos os seus novos clientes, que aplaudiram a atitude. Depois de também ele encher a mula, foi para os seus aposentos descansar.

Ao acordar no dia seguinte, tinha dois agentes da autoridade muçulmã à sua espera, a pedir-lhe satisfações pelo sucedido e, antes que pudessem dizer "Alá, grande Alá!", já tinham levado uns selos na boca. D. Sancho II achou que já era demais. Primeiro havia sido mal servido e mal tratado quando o que queria era descansar, depois foi incomodado por dois marmanjos! Não dava mais! Foi ao quarto, puxou da sua mala de guerra e equipou-se a rigor.
Calçou as suas botas Doc Martin, biqueira de aço extra reforçada, vestiu as suas collants pretas revestidas em malha de aço, colocou a sua armadura no torso e elmo na cabeça. Por fim, montou a sua espada de combate (a mesma que tinha arreado na sua tetravó), e completamente munido e equipado, dirigiu-se, qual Rambo, sem qualquer medo nem receio, às mais temidas forças militares da altura, a Ordem de Santiago. Estes sim, iam arrear forte e feio, sem dó nem piedade, nalgumas centenas de mouros armados em espertos que teimavam em permanecer em solo português. Bem... Poderia não ser português na altura, mas estava predestinado a sê-lo. E assim foi!...




NOTA: Todo o conteúdo deste blog é baseado em factos reais sendo que se torna muito difícil distinguir a ficção da realidade.