segunda-feira, 8 de março de 2010

Cabo dos Trabalhos

Diz-se, conta-se que Bartolomeu Dias era navegador e tal. É mentira! Bartolomeu Dias, nascido em Mirandela, em 1450, não só não era navegador, como não sabia nadar.
Desde muito novo que Bartolomeu Dias (Bartolas para os amigos, Babá para a mãe e Adelaide para o pai), se mostrava interessado pela lida da casa, mais propriamente na decoração, demonstrando grande apetência para a tarefa. Cedo também se apercebeu que mais depressa seguiria as pisadas da mãe, que as do pai, até porque, sendo o pai navegador ausente, era com a mãe que ele seguia para todo o lado.

Assim, anos mais tarde, Bartolomeu, homem sensível, bem-parecido, quis fazer a diferença e não deixar que a sua passagem por esta Terra fosse em vão, e assim, quando a oportunidade surgiu, alistou-se. Alistou-se num curso de Técnicas de Marketing. Frequentou o curso e passou com distinção, o que fez com que El Rei D. João II lhe adjudicasse a criação de uma imagem de marca para uma recente descoberta a Sul de África.
Assim, Bartolas, em Agosto de 1487, integra uma armada em direcção ao sul de África, com a duríssima missão de requalificar toda aquela zona da costa africana. E assim foi, Adelaide e sua tripulação abandonam Portugal em direcção ao desconhecido. Divididos por duas caravelas iam 117 homens, duas mulheres, sete crianças e 23 ratazanas.

Ora, qualquer história que se preze tem em si contida, um caso amoroso, e já se sabe que a História de Portugal está repleta de casos amorosos. Mas para isso comprem um romance de Margarida Rebelo Pinto, que aqui não há nada dessas coisas!

Passado um ano, mais coisa, menos coisa, por fim, o trabalho estava concluído.
Genial a associação feita às grandes tempestades, e à dificuldade em ultrapassá-lo, que o nome foi Cabo das Tormentas, e a imagem um velho barbudo, feio, mau, o Adamastor.
Trabalho concluído, hora de regressar a Lisboa, a Portugal. Assim, em Dezembro de 1488, El Rei D. João II recebe a comitiva que tanto sangue e suor deixou lá para os lados de África, congratulando-os por um excelente trabalho.
Mas isto não foi o fim! O Cabo das Tormentas não se chamou assim durante muito tempo. Porquê? Eu explico: - Esperanza Rodriguez, castelhana, Técnica de Limpeza, 1.63 m de pura beleza. Esperanza tinha uma pele clara, mas não muito, tinha o cabelo escuro e comprido, mas não muito, tinha olhos grados e negros, como um par de mãos tisnadas de carvão, mas não muito, mãos áspera e unhas ratadas, mas não muito, maçãs rosadas e salientes, mas não muito, pernas esculturais e apetecíveis. Muito!! Era, indubitavelmente, uma mulher lindíssima, boa, embora a sua actividade profissional não a favorecesse, a não ser quando adoptava a posição de agachamento para lavar os tacos do Castelo Real.

Esperanza, pela enésima vez, limpava os aposentos de El Rei na sua já característica posição do agachamento: joelhos bem assentes no chão, escova na mão direita, mão esquerda bem apoiada no chão, e o importante pormenor da peida espetada. E foram aquelas formas arredondadas que mudaram todo o rumo da História Portuguesa. El Rei D. João II não resistiu ao chamamento da Natureza e, em dedicatória à sua futura ex-amante castelhana, renomeou o Cabo das Tormentas para o actual Cabo da Boa Esperança.

2 comentários:

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