Existe!! Claro que existe, mas isso para aqui não conta nada. Temos de falar de sardinhadas, é de sardinhadas que vamos falar!
Felismina e Graciete, duas amorosas desconhecidas não têm nada a ver com sardinhadas, até porque não gostam de sardinhas. Assim como eu! Não as sardinhas porque não gosto, mas um carapauzito grelhado na bela da brasa, já marcha.
Adalberto e Augusto, dois gémeos falsos, também nada têm a ver com sardinhadas, embora gostem, e muito, mas emigraram para o Cazaquistão, e toda a gente sabe que no Cazaquistão não há sardinhas.
Quem realmente está directamente relacionado com sardinhadas é o Libório, algarvio de 56 anos, pescador há 50. Da embarcação dele, um belíssimo barco insuflável com 1,80 m por 75 cm, de 4 remos, cores vivas e alegres, já foram parar à Lota de Portimão cerca de duas dezenas de quilos, só em sardinha, o que é um grande feito para uma pessoa só.
Tudo começou há 15 dias, quando numa ocasional visita à praia da Marina, Libório e seus sobrinhos, se banhava nas límpidas águas do rio Arade, mesmo à entrada do oceano Atlântico. Libório havia comprado um camaroeiro numa qualquer loja dos chineses, para ensinar os putos a pescar. E assim foi! Assim que ele coloca o camareiro dentro de água, sardinhas começam a saltar lá para dentro, para jubilo dos presentes veraneantes.
Horácio sentou-se na mesa. Acenou ao empregado que rapidamente assentiu.
”Uma dose de sardinhas, por favor.” - pede Horácio, sozinho naquela mesa do canto, junto à entrada para a casa-de-banho das mulheres.
“Com certeza, chefe. É pra já!” - retorquiu o empregado, extremamente bem disposto, pois algumas horas antes havia estado no hospital de visita à sua companheira de há 4 anos e do seu recém-nascido rebento de quase 4 Kg, saudável e forte como um touro.
Chegam as sardinhas e Horácio sorri enquanto saliva lhe escorre pelos cantos da boca, e prepara a fatia de pão caseiro para deitar a sua primeira sardinha assada (que é sempre a que sabe melhor).
“O que vai querer para acompanhar?” - perguntou o sempre sorridente e prestativo empregado - ao que Horácio responde prontamente: “Mais sardinhas, mais sardinhas!!!”
Sueli, modelo fotográfica e filha de Wilson e Mágda, um casal que no ano transacto havia comemorado as tão esperadas Bodas de Ouro, conduz um Peugeot 307, branco e lavadinho de fresco. Com ela vai Valquíria, a amiga. Valquíria tem 27 anos e é modelo de passerelle desde os 12, sendo que isso não lhe confere o direito de opinar sobre sardinhas assadas. Ambas as elegantes amigas se dirigem para a casa de campo de Raimundo e Gisela, dois amigos.
Raimundo é técnico de vendas, na vertente das telecomunicações, sendo que Gisela também. A sardinhada iria ter lugar aí, no quintal, e embora também houvesse carapaus, febras, entrecosto e entremeada, a história insere-se muitíssimo bem no tema das sardinhadas.
NOTA: Todo o conteúdo deste blog é baseado em factos reais sendo que se torna muito difícil distinguir a ficção da realidade.
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